Quais os caminhos para a sociedade chegar ao ponto de equilíbrio entre a reabertura da economia e a preservação da saúde do trabalhador? Esse foi o centro da discussão dos participantes da live “Covid-19 – Protocolos para a Retomada Segura das Atividades Industriais”, promovida pela Firjan, na quinta-feira, 04/06.
No fim de maio, a federação lançou um amplo guia com essa finalidade, elencando dezenas de diretrizes comuns e também específicas por setor.
Beatriz Busch, secretária Municipal de Saúde do Rio; e Márcia Rolim, subsecretária de Vigilância Sanitária e Controle de Zoonozes da capital, explicaram o que levou a prefeitura a lançar o Plano de Retomada, iniciado no último dia 2. E ainda ressaltaram a importância da adoção de protocolos seguros por parte das empresas, começando pelo transporte do trabalhador. “Em abril, amanhecíamos diariamente com 1.300 pessoas aguardando leitos qualificados. Hoje a cidade já não tem fila de pacientes aguardando nenhum tipo de leito. Estamos fazendo uma retomada gradual e responsável para o ‘novo normal’”, destacou Beatriz.
Segundo Pedro Teixeira, vice-presidente Jurídico e Institucional da Ternium, o plano da prefeitura é muito importante para a população ir se acostumando com esse “novo normal”. Apesar das limitações do momento, ele se considera otimista com relação ao futuro. “Há, sim, possibilidade de compatibilizar a atividade econômica sem ceder em nenhum centímetro a questão da saúde”, frisou ele, lembrando sua própria experiência na Ternium. A siderúrgica situada na Zona Oeste não interrompeu a produção durante a pandemia, por exercer atividade essencial.
Preservação dos empregos
João Batista Mattosinho Filho, diretor de Operações da Jaguar Land Rover Brasil e presidente do Cluster Automotivo Sul Fluminense, avaliou que, caso a sociedade não inicie esse retomada, até grandes empresas podem quebrar, arrastando com elas uma cadeia produtiva inteira. Segundo ele, um dos aspectos fundamentais é investir na comunicação: “Não vamos ganhar essa luta sem a confiança dos funcionários”.
Luiz Césio Caetano, presidente do Sindicato da Indústria de Refinação e Moagem de Sal do Estado do Rio de Janeiro (Sindisal), acrescentou que a aplicação de manuais de segurança pode, inclusive, minimizar custos, já que pode evitar afastamento de funcionários pelo vírus.
Por sua vez, Jairo Rodrigues Júnior, presidente do Sindicato das Indústrias Metalmecânicas do Médio Paraíba Fluminense (Metalsul), pontuou a importância da adoção dos protocolos para manter as operações e garantir a sobrevivência das empresas de pequeno porte, que têm menos fôlego financeiro para suportar a crise. “Os números de demissões, de suspensões de contratos e de redução de jornada nos mostram que precisamos nos unir para garantir a preservação dos empregos. A indústria é a locomotiva da economia do país”, afirmou ele, na live que foi mediada por José Luiz Barros, gerente Institucional de Saúde e Segurança da Firjan.
Fonte: Firjan